domingo, 15 de maio de 2011

Diadema contada em imagens


Imagens de Diadema dos anos 1930 a 2010 formam livro digital que reúne seis mil páginas e tem entre seus organizadores o professor e militante Valderi Antão Ruviaro, o Valdo. Digitalizadas em 300 DPI, em cores, as imagens compõem um banco de dados com 85 GB e podem ser adquiridas na forma de pacote completo ou por seleção, com a consulta a um roteiro histórico que contém 28 capítulos.
“Uma das tarefas que sempre achamos de grande importância é a preservação, recuperação e socialização da história dos movimentos populares em qualquer parte do mundo. A partir deste fio condutor, estamos contribuindo em três linhas de recuperação histórica: movimentos populares, movimento sindical (oposições sindicais e sindicatos de cunho classista) e administrações públicas com forte peso das organizações populares”, destaca o professor, que no próximo 27 de maio às 10h participa do congresso de História do ABC em Diadema para apresentação da pesquisa e no qual serão expostas 51 desta imagens.
Aos 70 anos, Valdo conta que o projeto reuniu uma década de pesquisas e mais de 10 mil horas de trabalho, um recorte que permite acompanhar de forma ampla as mudanças ocorridas na cidade. “Há 50 anos Diadema era terra nua, mato, água da Billings (lugar só para gente da grana e de fora... um Eldorado...) e um povo trabalhador que suava a camisa para sobreviver. Hoje é uma cidade industrial, comercial e de serviços. Ocupa o 14º lugar em PIB no Estado de São Paulo. Já foi considerada uma das cidades mais violentas do Brasil; hoje, neste aspecto, situa-se na média das cidades”, compara, sem esquecer jamais da força dos movimentos populares. “Onde houver o dedo, a mão, o pé e o punho da multidão, algo de novo vai crescer”, atesta.

Memória e Sentimento - Qual foi o objetivo inicial do trabalho?
Valdo - Posso dizer que o objetivo do trabalho se situa num panorama mais amplo, considerando-se a importância da reconstituição histórica das experiências vinculadas aos movimentos populares que apontam para a transformação mais profunda do modelo de sociedade calcado na desigualdade, fruto da milenar luta de classes. Explicando melhor: estamos convencidos de que a grande batalha deste século 21 se dará na luta pela construção da igualdade. E mais: esta conquista somente será possível por força dos movimentos sociais populares, expressos naquilo que podemos chamar de multidão em movimento rumo à igualdade. Onde houver o dedo, a mão, o pé e o punho da multidão, algo de novo vai crescer. O velho será massacrado e o novo surgirá, implacável. Isto não é um rompante juvenil, (afinal já estou com 70 anos e pretendo ir até os 130). Trata-se de uma concepção dialética da história.
Dentro desta concepção, em que estamos batalhando há mais de meio século, uma das tarefas que sempre achamos de grande importância é a preservação, recuperação e socialização da história dos movimentos populares em qualquer parte do mundo. A partir deste fio condutor, estamos contribuindo em três linhas de recuperação histórica: movimentos populares, movimento sindical (oposições sindicais e sindicatos de cunho classista) e administrações públicas com forte peso das organizações populares. Pegando esta estrada, entramos pela história afora de Diadema. Nosso objetivo foi trazer à luz a possível contribuição da experiência local na direção do poder popular como sujeito dessa história. Pesquisamos durante 10anos, de forma independente e autônoma. Foram aproximadamente 10 mil horas de trabalho. Folheamos por volta de 50 mil páginas; destas, selecionamos 6.000. É o resultado que estamos socializando via digital.




Leia entrevista na íntegra no link Canções, Vídeos e mais

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